LABORATÓRIO DE PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO CELULAR

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atualizado em 08/03/2005

 Biodisponibilidade de fatores de crescimento no ambiente tecidual.

 

            Interação de fatores de crescimento com a matriz extracelular

Os fatores de crescimento se associam com os elementos da matriz extracelular, geralmente por ligações não-covalentes. Dependendo da organização espacial da matriz e da distribuição dos radicais polares, os fatores podem ser seqüestrados em estruturas macromoleculares que impedem a sua interação com os receptores correspondentes, ou concentrados e apresentados na forma ativa aos receptores de membrana. Estudos anteriores do nosso grupo mostram que os glicoconjugados sulfatados associados com as membranas celulares ou fazendo parte da matriz intercelular, e em particular os proteoglicanos contendo o heparan-sulfato, possuem a capacidade particularmente elevada de interação funcional com os fatores de crescimento. Proteoglicanos com heparan-sulfato são encontrados principalmente como componentes de membranas celulares, enquanto os proteoglicanos com dermatan-sulfato ou condroitin-sulfato estão em maior proporção na matriz extracelular. A localização celular dos proteoglicanos com heparan-sulfato sugere que estes compostos devem estar envolvidos na regulação de eventos celulares, principalmente nos controles da adesão e proliferação celular, como confirmado em ensaios biológicos anteriores. Os proteoglicanos com heparan-sulfato constituem uma pequena porção dos proteoglicanos totais extraídos do estroma hematopoiético. Entretanto, utilizando células conjuntivas derivadas do estroma e mantidas em cultivo, é possível separar a fração celular enriquecida em proteoglicanos da membrana. Essas moléculas serão caracterizadas em termos do core protéico e da composição de cadeias sacarídicas. Esse estudo está sendo desenvolvido em colaboração com o Professor Luiz Cláudio F. da Silva, do Laboratório de Tecido Conjuntivo do Departamento de Química Biológica, ICB, UFRJ.

 

           Ação do heparan-sulfato na interação justácrina entre o estroma e as células alvo.

 Estudos recentes no nosso grupo mostraram que a interação justácrina é necessária para a estimulação da linfo-hematopoiese. As células do estroma produzem os fatores de crescimento e estes são apresentados para as células alvo em associação com cadeias de heparan-sulfato, presentes em proteoglicanas da membrana celular. Estudos moleculares e ensaios biológicos mostraram que tanto os estromas que não sustentam a hematopoiese quanto os que a sustentam produzem os fatores de crescimento hematopoiéticos. E que a capacidade hematopoiética do estroma está relacionada coma qualidade das cadeias de heparan-sulfato expostas em sua superfície.

 Surpreendente­mente, estudos moleculares do GM-CSF mostraram que a interação entre o heparan-sulfato e a citocina ocorre funcionalmente em condições físico-químicas equivalentes a pH 4.2. Essas condições aparentemente não-fisiológicas podem ser estabelecidas em ambiente fisiológico na presença de vesículas fosfolipídicas contendo os lipídios polares. A continuação desse estudo seguirá as linhas seguintes:

(a) caracterização da composição fosfolipídica e esfingo-glicolipídica das membranas de células dos estromas hematopoiéticos, e estudo da sua distribuição ao longo das interfaces entre as células estromais e as células alvo;

(b) estudos da interação entre as vesículas fosfolipídicas de composição variável, fatores de crescimento e os receptores correspondentes, assim como do efeito biológico sobre a proliferação e a diferenciação de células alvo;

(c) caracterização das diferenças moleculares entre os heparan-sulfatos que favorecem ou impedem a interação entre os fatores de crescimento associados com os seu receptores;

Esse estudo está sendo desenvolvido em colaboração com a professora Tatiana Coelho-Sampaio que foi recentemente incorporada no departamento de Histologia e Embriologia, ICB, UFRJ.

           Função biológica das formas solúveis dos receptores hematopoiéticos

Os receptores hematopoiéticos centrais, estudados no nosso grupo (GM-CSF, IL-3, IL-5), interagem com receptores transmembrana heterodiméricos, compostos de uma cadeia comum (beta), e de uma cadeia específica para cada um desses fatores (alfa). A cadeia alfa pode ser produzida como uma proteína transmembrana, ou por “splicing” alternativo do seu RNAm, sob a forma solúvel. Nesta, a cadeia alfa pode funcionar como um ligante para a citocina correspondente, competindo com os receptores transmembrana que participam da sinalização celular.

Resultados recentes nos mostraram que a produção de formas solúveis está funcionalmente controlada em dois níveis. No cérebro, a IL-5 é constitutivamente produzida, enquanto um programa intrínseco do desenvolvimento modula a expressão da cadeia alfa do receptor, controlando a capacidade de células do sistema nervoso a responder a essa citocina. No nível sistêmico, a expressão é modulada via sistema imune: as taxas da produção da IL-5 fazem parte da resposta imune de perfil Th2, associada com um aumento da expressão da cadeia transmembrana (funcional). Três formas novas de “splicing” das formas solúveis foram identificadas, sendo atualmente seqüenciadas em colaboração com o Instituto Ludwig de São Paulo. 

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